30 de setembro de 2008

Segundo Dia.

O segundo dia chegou como num estalo. Ainda na noite anterior decidi não incomodar mais os enfermeiros daquele lugar (como se não fosse o trabalho deles), afinal, antes que falasse qualquer coisa já tinham me picado novamente. Tinha lá minhas deduções de ser um tipo de calmante, porque depois senti com mais sono que antes... e dormi, enfim, um sono sem sonhos.
Acordei, de sobressalto, sem entender onde estava e com uma vontade de ir ao banheiro beeeeem grande. Tentei levantar, mas todos aqueles fios me puxaram de volta (uiii). Cai na real então... ainda havia o limite “eu e a cama”. Resolvi deixar o orgulho de lado e chamar alguém, e isso é um passo grande para minha personalidade auto-suficiencia (é, odeio depender das pessoas). Quinze minutos depois resolveu aparecer alguém para me ajudar, desliga aqui, tira ali, desprende daqui... não era muito fácil, e nisso se foi mais meia hora até que fosse seguro levantar sem perder nenhuma tomada em mim. Pronto, enfim, banheiro... e já que estava lá, banho. Como sempre, não olhei no espelho.
Quando saí minha mãe já estava me esperando. Ah, era bom vê-la novamente. Um rosto familiar e amigo faz falta numa hora dessas, e muita. Conversamos por muito tempo, coisas bobas que o cotidiano tinha tirado da gente. Redescobri o gosto de ter a companhia dela, falar sobre besteiras. O único assunto que ficou incógnito foi os motivos de estar ali... até a hora da visita da noite. Foi como se ela quisesse se livrar de um fardo, mas sem saber a melhor maneira de fazer. O único caminho que ela achou foi o objetivo e lançou de surpresa ‘sua irmã quer lhe visitar’... É, por essa eu não esperava mesmo (silêncio).
Então, veio à minha cabeça tudo que já tinha acontecido. Mas, como perdoá-la? Não sei se sou capaz. --- Mãe, vou pensar, dormir. Amanhã a gente fala sobre isso novamente.
Um beijo de Boa Noite (impossível naquele lugar) E se foi novamente.

Chegou a hora dos medicamentos noturnos, menos um dia... Graças a Deus (cedo demais para agradecer). Aparece uma enfermeira com mais injeções, mas uma era diferente, sem agulhas (que é isso?). As comuns foram rápidas, depois os comprimidos, retirada de sangue para exames (estavam era alimentando um Vampiro a meu custo) e por fim, a diferente. A enfermeira desligou a sonda. O que está fazendo? Nada querida, só rotina... é (nova então). Colocou no caninho que saía do meu nariz e puxou qualquer coisa do meu estômago (eca!), uma... duas.... três vezes... até me dar uma ância enorme e uma dor muito aguda. Ácido estomacal normal, ela resmungou sozinha ( e estômago e garganta mais anormal agora). Essa doeu, e me custou muito tempo até conseguir dormir. Mas acordei logo, com a dor três vezes maior e com febre. Muita dor, revirei na cama a madrugada inteira. Essa que também não ajudava muito, muitas tinham pessoas gritavam, sofriam... só eu, fiquei muda suportando sozinha.
A manhã demorou a aparecer, e a dor ainda estava presente. Os enfermeiro chegaram para o banho, mas eu continuei deitada... fui a última. Saí e a nutricionista estava do lado de fora, queria montar minha dieta. Foi aí lembrei, não havia comido nada à dois dias inteiros.

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