A verdade é que quando me perguntam e eu começo a pensar em respostas eu também começo a me lembrar e aí... bem, aí já é tarde demais. Porque fico com isso entalado como um nó na garganta e tenho que colocar pra fora, mesmo sabendo que ninguém se importa em perceber.
Mas o maior motivo que me incomoda é relembrar de tudo e ver apenas uma resenha de minha própria vida, de uma forma bem mais rápida. A única coisa ausente nesta versão é que não tenho mais medo. Eu não vejo motivos pra ter medo, não posso imaginar mais nada no mundo de que eu possa temer, nada físico, pelo menos. Uma das poucas vantagens de perder tudo.
E eu venho perdendo, um pouquinho por mês...
E não vejo outro caminho, porque sou dependente, fraca e burra...
Porque eu preciso de algo que me desse sustentação e apoio...
como uma canção de ninar cantarolada para uma criança, como o barulho de uma cadeira de balanço, como o tique taque de um velho relógio quando você não tem nenhum outro lugar pra onde você precisa ir......
eu preciso do som do conforto.
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e de continuar a escrever.